MADRE

o novo projeto da cena indie brasileira

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Eu era uma criança criativa e sensível, escrever era mais fácil do que falar. Deu no que deu!

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Luiza Pereira, ex vocalista da banda INKY, ressurge como MADRE.

Inspirada por PJ Harvey, a artista volta com músicas compostas em português e uma guitarra. O resultado? Uma explosão de energia em apenas dois singles CAOS/TRANSE. Ela compartilha alguns insights sobre sua jornada musical com o Estudio M-U.

Como começou sua relação com a escrita?

Sempre gostei de escrever. Me lembro que quando eu tinha 7/8 anos, um poema que escrevi pra um trabalho de escola foi escolhido na antologia poética que a escola publicava na época. Foi muito legal entender que aquela era uma forma de me expressar. Eu era uma criança criativa e sensível e escrever era mais fácil do que falar. Deu no que deu!

De onde nascem as letras e as sonoridades que dão forma ao projeto?

Tudo nasce das minhas experiencias, do que to sentindo, o que to observando no mundo e das minhas referencias, que construíram minha personalidade como artista. Agora que tenho total liberdade pra criar e sou só eu assinando a composição das músicas, posso ser o mais honesta possível na hora de escrever. Quanto à sonoridade, compus esse disco todo na guitarra, na pandemia e aprendi a tocar assim. Compondo. Tentei manter esse espírito punk (da forma de tocar) e a sonoridade das guitarras do grunge dos anos 90, principalmente do Rid Of Me da PJ Harvey, que é um disco que eu amo. Queria que o instrumental tivesse esse peso. Tem muitas referencias nessa mistura, referencias que vêm de mim, do Luccas Villela que tocou e produziu comigo, do Coelho, da Alejandra que mixou…é um resultado dessas colaborações e de tudo que a gente gosta.

Que desafio você encontra no cenário atual da música brasileira?

Posso falar mais do mercado independente, que é o que eu faço parte. É um mercado precarizado, mas que faz exigências de números, de produção audiovisual e de conteúdo, que muitas vezes tá fora da realidade dos artistas. Falta diversidade em todos os âmbitos também. Dentro e fora dos palcos. Ter espaço pra pessoas e artistas que tão além da pasteurização racial, de gênero e musical até.

O que as pessoas podem esperar da MADRE?

Uma catarse sonora e um retrato honesto de quem eu sou como artista nesse momento.

Indica três projetos de mulheres da cena atual que não podemos perder:

__Juçara Marçal, Nina Maia e Carabobina

As imagens e o vídeo que ilustram a matéria foram feitas pela nossa equipe. Victoria Etchepare fez a pesquisa visual e coordenou a direção de forma remota de Buenos Aires. Murillo José estava na captação em São Paulo. Optamos por utilizar um quarto como cenário, para capturar a atmosfera íntima e pessoal que deu inicio ao processo criativo da Madre. Esperamos que gostem!